A educação é a complexidade do problema

Por Rosangela Arregolão

Na realidade o assunto era erudição da qualidade citada pela professora e doutora Maria Aparecida Rhein Schirato numa rica reflexão, mostrando para o mundo o que é “O gesto de educar” no livro “A Sabedoria da Qualidade – os desafios dos fatores humanos”, do professor e doutor Sérgio José Schirato.
Fiquei tão impressionada quanto a generosidade desse professor escritor, por partilhar tal conhecimento, as palavras doces mostrando a realidade nua e crua de cada vez, de cada um; o resgate mental e a reflexão constante girava em minha cabeça; vi o filme do meu passado; vi a evolução e construção de minha vida, da minha caminhada; me fez voltar à infância e lamentar tantos caminhos errados percorridos sem volta, lamentar o tempo perdido pela falta do gesto da educação, a falta do nó do apego; lamentar muito mais ainda a falta de tudo isso que as crianças ainda hoje não têm. E agora, a quem devo culpar?
Um desses sábado, comentei baixinho na sala de aula para um colega que sentava ao meu lado aquele dia enquanto o professor Sérgio virou–se para expor algo na lousa; - eu queria ter conhecido esse cara à uns vinte anos atrás; - minha vida seria melhor, mas feliz, mais rica de conhecimento; eu ia ver o mundo com mais cuidado, sem medo, com mais gentileza - o rapaz com mais ou menos minha idade me olhou e disse: a minha vida também seria muito diferente - e riu. Rimos numa satisfação e felicidade, senti que eu não era a única pessoa ali com retrospectica de vida, da minha própria vida, do mundo.
Um dia o professor Sérgio falou de um filme – Brilhante, com tanta intensidade que chorei. Eu vi a cena, vi o piano, as mãos atrofiada do músico, vi o cansaço em sus olhos, sua angústia; por fim, seus cabelos cairem no chão. Chorei.
A intimidade, o prazer de cada palavra falada, fez com que eu prestasse muita atenção nos simples detalhes; o detalhe que ele falava: - que são nada mais, nada menos, que detalhes.
Agora, como disse o professor Sérgio José Schirato: - Vocês têm uma missão e é agora! - ensinar o gesto de educar, ensinar o nó do afeto para as pessoas, seja ela quem for. Ter coragem de ser você mesmo!
Quem?
Quem que até hoje ouvi ter tanto prazer em ensinar? Não conheço!
Essa disciplina Gestão Organizacional Integrada, exclusivamente essa do professor Sérgio, deveria ser traduzida como leitura obrigatória, como educação popular à Presidentes(as) da República, à ministros(as), senadores(as), governadores(as) federais e estaduais; deveria ser obrigatório à prefeitos(as), vereadores(as), professores(as), alunos(as), aos filhos(as), aos pais e mães de toda geração. Já pensou se fosse obrigatório desde 1962?
Imagino quem poderia bordar as páginas com palavras de ouros; tratá-las com tanto carinho, delicadeza e respeito? Quem poderia? Quem é o outro merecedor de tal conhecimento e sabedoria da qualidade?
Cada vez mas estamos cercados de riquezas, produzido pelo serviços prestados. Por isso, faz tanta importância em nossas vidas a qualidade. Sem ela, é impossível se ter resultados.
É inevitável a preocupação de obter resultados com a qualidade de tudo; da educação, da alimentação (do pepino), enfim, estamos tão longe do acerto que parece realmente que não há mas espaço para plantarmos uma solução imediata sem encher estantes de milhares e milhares de periódicos, livros, dissertações; de resolvermos os pepinos do mundo.

...em vez de termos que pegar a mão da nossa criança e mostrarmos o caminho certo do passo seguro. Seguro porque já foi dado por nós; caminho certo , porque é das pedras, porque assim é desde que o mundo é mundo, e não será, hoje, negando a história que teremos um amanhã maravilhoso. (SCHIRATO, 2006, p.12).

A educação é e sempre será o cerne no que diz respeito na relação entre pessoas. Na teoria pode se dizer que é fácil, mas fácil será, quando não precisarmos mensurar a complexidade dos problemas.      
Não podemos nos resumir no tanto-faz, com a importância da qualidade nesse atual estágio de nossa vida social, a fórmula tão sonhada é a educação.
Sabe, quando você têm a impressão de ter nascido de um casulo? - Nem quero que minha mãe sáiba disso; nem meu pai que tanto me ensinou, do modo dele é claro. Eles, tiveram pais duros; a vida era mas dura. Ainda bem que esse reflexo foi minimizado com o tempo, e o tempo não para.
Quero dizer que aprendi ter coragem de ser eu mesma, deixei de ter vergonha de coisas que nunca fiz; não dizer amém a tudo; pensar com minha própria cabeça. Gostaria de deixar aqui palavras bonitas, derramadas como ouro, como as palavras falada do professor; das palavras citada no texto de Alain Chanlat e Renée Bédard, p.134, com o título original: La gestion, une affaire de parole – Palavras: A ferramenta do executivo.
Quando o homem fala, ele desempenha a luta, une e desune. Eu já não queria lutar, não queria falar, muito menos unir e desunir; minhas palavras não tinham sentido; eu sempre falei o que eles queriam ouvir. Agora não! Agora não preciso ter medo dos meus saltos e das consequências que possam vir, é fundamental que a gente pense no fortalecimento mútuo.
Tratar com pessoas, não é dar o abraço da apunhalada, é preciso oferecer algo de novo e unir-se a ela.

Quando o homem afirmar “não tenho de que me vergonhar”, está afirmando que não tem medo de se expor em público. (SCHIRATO, 2006, p.86).

Não podemos deixar nossa criança bárbara, como disse o professor; precisamos cuidar dessa criança; se não, ela será prejudicada em sua aparência física, intelectual e psicológico e também na história de sua vida, ela não será saudável, não verá o futuro. Só saberá o que é o amor, quando for amada.
Nem pais, nem educadores podem impedir uma criança falar. Ela deve ser ensinada, deve saber a importância da fala, da palavra; ela deve aprender a ouvir, a fazer silêncio e saber o porquê de cada coisa.
A restrinção da palavra desencoraja as pessoas, ninguém tem esse direito, ninguém pode manter o ser humano na periferia do seu mundo do seu ser. Ele precisa se manifestar, mostrar sua potencialidade; mostrar sua capacidade, suas riquezas, sua habilidade e responsabilidade. Não pode alienar-se, tornando estranho para seu próprio eu, quando olhar no espelho de sua vida; privando-se do mundo, de contribuir que lhe compete a qualidade da vida do mundo.
Sem privações, passará do sub-mundo para o mundo real, para a civilização. Ele não pode, não deve ter vergonha e nem medo de se expor aos outros.
A família têm que ensinar sua criança a aprender a falar e escrever rápido, e nunca, numa primeira posição neurótica pedir que se cale.

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