Por Rosângela Arregolão
Durante os anos do governo militar no Brasil, vale destacar o surgimento de vários periódicos e um tipo de imprensa denominada democrática ou alternativa nanica que logo desapareceram. Entre 1949 à 1956, surgiu uma revista “Movimento Feminino”, que imprimiu como porta-voz as necessidades e lutas das mulheres brasileiras. A imprensa era tratada particularmente de esquerda e de oposição ao regime, confeccionada artesanalmente e comercializada mão-a-mão, vendida por militantes dos
movimentos populares e em eventos, ou nas sedes das próprias organizações. Era jornais com formato de tablóide, com tiragem e circulação irregular e restrita, vendidos em bancas, porém a venda mais significativa aconteceu no círculo da militância, e era representada por diferentes tendências políticas, com orientação cultural, sexual e ideológicas, entre os quais podemos citar Pasquim, Opinião, Movimento e Em Tempo, Versus, Ovelha Negra, Lampião e De Fato.
Em 1970, no Estado de São Paulo nasceu a imprensa feminista alternativa que converteu a um espaço expressivo de uma linha política vinculada ao olhar das mulheres. Os jornais Brasil Mulher e Nós Mulheres, invalidou em seus artigos e editoriais, a luta pela liberdade democrática, pela anistia, por creches e por todos os símbolos da oposição contra o período da ditadura militar. Além disso, a luta contra a violência doméstica, direitos reprodutivos, aborto, sexualidade, e condições de trabalho das mulheres. Essa imprensa constituiu uma fonte de importância e ainda inexgotável para o entendimento considerado socio-democrático. A história brasileira, retrata os primeiros jornais dirigidos e pensados por mulheres no período pós-1975, efervescênte e políticamente suave a censura, a partir daí, a retomada e a reestruturação do movimento feminino surgiram então novos periódicos como o Mulherio entre outros. Tanto tratavam das lutas específicas das mulheres como lutas gerais. Alguns periódicos tiveram vida curta, outros, continuaram excercendo importante papel na sociedade feminina e até hoje reivindicam a importância de suas lutas. O surgimento desses jornais com origens definidas, na defesa do contexto histórico do país e ao movimento feminista nacional, destacou seu compromisso com uma nova linguagem, e com a propagação de reivindicações e projetos íntegros relacionados com uma visão internacionalizada e um fenômino político efetivo para as mulheres.
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