Mulher Contra o Custo de Vida

Por Rosângela Arregolão

A luta contra o preço alto é histórico no Brasil. Entre os anos 40 e 60, em várias regiões do País o movimento feminino mesmo esparsos, esteve presente ou à frente, como protagonista, através de suas células na organização de diversas lutas contra o alto custo de vida. Em vários momentos a luta voltava a viver principalmente nos períodos de queda do poder aquisitivo da população e a crise econômica brasileira. No ano Internacional da Mulher em 1975, a programação foi um impulso para o renascimento e a ampliação do movimento feminino no País sob o lema da Liberdade Democrática, e aí, elaborado e desenvolvido o diagnóstico da
condição da mulher paulista na sociedade, identificando os problemas que caracterizavam sua situação em São Paulo.
Em busca de soberania alimentar, mulheres provindas de zonas rurais e urbanas, convocadas pela Marcha Mundial das Mulheres, reuniram-se em Belo Horizonte (MG) de 28 a 31 de agosto de 2008. As expectativas foram ultrapassadas, mas de 510 mulheres participaram. Não faltaram denúncias, cobranças, propostas e temas específicos. Assim, na declaração final do encontro, denunciaram as causas do aumento dos preços dos alimentos: a especulação nacional e internacional dos produtos alimentícios, o aumento do preço do petróleo e a destinação de alimentos (soja, milho) e terras para produção agrocombustíveis. Mulheres rurais uniram-se às urbanas provando que com vivências e histórias de vida diferentes, sabiam construir lutas comuns.
Esse retrato nunca existiu especificamente na cidade de Várzea Paulista. A história começou em novembro de 2005, cerca de 41 anos de existência da cidade. Com muita luta, perseguição e boicotes, aconteceu a primeira participação das mulheres na cidade em busca da conscientização, na participação políticas, da educação popular e dos seus direitos. Pela primeira vez um projeto foi elaborado com questões femininas, e enviado a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres do Governo Federal em Brasília, mesmo sabendo que a data do término para protocolo havia expirado. Mas a equipe responsável pelas questões femininas na cidade não desanimou e mesmo com o prazo de entrega expirado insistiu em enviar. O projeto enviado tinha a princípio o nome de “Prevenção e Combate a Violência Contra a Mulher” e foi elaborado com tanta energia, tanta esperança, força, determinação e principalmente desejo de um futuro melhor, que em duas semanas após o envio foi aprovado pelo governo federal e recebeu o nome de “Projeto Iluminar”. Ele visou conhecer o perfil das mulheres da cidade, onde ouviu-se de sua própria voz o que realmente as aflingia, para por meio destas informações buscar soluções na questão da prevenção e o combate a violência contra a mulher doméstica e urbana, identificá-las e acolhe-las. Além da conscientização, foi focado a educação popular e fazer com que elas participassem mais nas decisões política do governo municipal. Mais restam muito por fazer.

2 comentários:

Cédulas e Moedas disse...

Precisamos mesmo de pessoas como você para contar nossa hist´ria. Parabéns!
Estou com você!

Glaucia Helena disse...

Aqui em Belo Horizonte todas estamos torcendo por você. Parabéns!