Mulher Trabalhadora e sua Participação no Movimento Operário

Por Rosângela Arregolão

Na indústria paulista, as mulheres representavam cerca de um terço da força trabalhadora. Nas 31 fábricas téxteis, existente em 1912, dos 10. 204 operários, 67% eram mulheres, ou seja: 6.837 mulheres e 3.367  homens, número significativo para reivindicações. Apesar desse grande número, era reduzido a participação das mulheres no movimento operário, mas existiam pequenas proporções nos principais acontecimentos, por exemplo: nos movimentos anarquistas, greves, congressos operários etc; ao mesmo tempo, são conquistadas inúmeras reivindicações anteriores, como: proibição do trabalho noturno, regulamentação da jornada de trabalho, licença de gravidez, entre outras. Logo, nos anos 40 e 50, aumenta significamente a
participação da mulher nos movimentos sindicais, mas restavam muito trabalho por fazer, já tinham conquistado legalmente seus direitos, mas continuavam oprimidas, tratadas com desigualdade na vida familiar, escravizadas pelos inúmeros afazeres do lar, por tanta outras circunstâncias, muitas mulheres estavam sozinhas.
O homem, pai, era agente ativo que decidia e controlava tudo; o estado, a economia, os pequenos núcleos e até a família. A mulher sempre em segundo plano, sua missão constituia em criar filhos, cuidar da casa e ser ardono do lar. As pequenas atividades que desenvolviam como artesanato e agricultura, não tinham valor fundamental, e a mulher operária era socialmente quase inexistente. As burguesa por exemplo, como as demais, deveria receber educação ainda superficial, que pouco-a-pouco introduziram alguns conhecimentos como: movimentos literários e filosofia contemporânia que rompiam os esquemas de pensamentos tradicionais. Foi dessa classe que surgiram as primeiras mulheres russas rebeldes, aprofundaram-se mas na análise das causas da exploração feminina como nas das operárias e as camponesas do País.
As mulheres tiveram um avanço paulatino em suas lutas, para ter idéia do tamanho da repressão; em Londres (1840), No Congresso Anti-escravista, foi permitido a presença da mulher somente escondida atrás de uma cortina.
Já em 1892, Clara Zétkin, junto com Rosa Luxemburgo, organizaram as primeiras associações operárias femininas e reuniões de mulheres socialistas, que agrupariam em um organismo federal. Agora poderiam participar de todos os setores da vida pública em igual condições com o homem. Estas enormes possibilidades eram acompanhadas pelo exemplo que constituiam mulheres vistas com preconceitos, marginalizadas, discriminadas, exploradas e sub-estimadas, que mantiam sem soluções e que ainda lutavam contra a dupla jornada de trabalho, salários menores e a manutenção dos problemas não solucionados; correspondiam a maior participação no movimento operário sindical, que ainda tímido se fez notar com ênfase, um exemplo é a participação nos movimentos grevistas, e no I Congresso da Mulher Metalúrgica de São Bernardo do Campo em São Paulo em 1979, na implantação de departamentos femininos e a presença de mulheres na diretoria dos sindicatos.

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